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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Editorial: do dia 17 de janeiro de 2012

Progresso ilusório

Há algum tempo atrás especialistas econômicos, ou sabe-se lá quem, afirmavam que o Brasil era o país do futuro. Sim, previa-se que pela grandiosa quantidade de riquezas naturais somada a fato de termos uma grande população ávida por consumo, seriam os alicerces básicos para que em pouco tempo o país começasse a se desenvolver economicamente de maneira surpreendente. Aliás, as especulações a cerca do Brasil extrapolavam as previsões meramente econômicas, e flertavam com a subjetividade, quando afirmavam também que Deus seria brasileiro. Afinal de contas, imaginemos um país, belíssimo, com uma vasta natureza, dotado de um povo que vive sem conflitos étnicos ou guerras religiosas e ainda por cima livre de catástrofes naturais, a exemplo de terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas. Tínhamos tudo para nos destacar. E as previsões de fato não estavam erradas. Hoje, o Brasil é uma das grandes economias mundiais, com índices de crescimento que nos levaram à condição de um país confiável e visto com bons olhos por investidores mundiais. Mas, até que ponto temos de fato motivos para comemorar?
Vejamos, vale ressaltar que não estamos adotando uma análise pessimista. Muito pelo contrário. Estamos sendo apenas frios em nossa análise. Livres, na medida do possível, de exaltações e otimismos exacerbados. É óbvio que em um contexto ao qual vivemos, o crescimento econômico terá reflexos positivos em vários aspectos e circunstâncias de nossas vidas. Mas, há de se salientar que o progresso capitalista costuma deixar algumas lacunas sociais. Pois bem, percebemos que enquanto a economia esbanja índices louváveis, por outro lado isso não significa que a violência esteja diminuindo. E se não está diminuindo é porque ações de cunho social não estão acompanhando o crescimento econômico. E com isso, o abismo social se mantém, ou seja, progresso para a minoria e a grande maioria seguirá padecendo das mesmas mazelas sociais.
 Ajustemos o nosso foco e analisemos a questão da educação. Ao longo desses anos cremos piamente que os avanços estão deveras aquém do ideal. Sim, o poder de compra do brasileiro cresceu. Sim, hoje em dia as pessoas compram mais carros, eletrodomésticos, celulares, computadores, e tudo que estiver disponível nas vitrines e prateleiras das lojas. Mas, e o nível educacional? O que será de nós caso esse crescimento econômico não seja acompanhado de evoluções na educação? Cremos nós que será como uma espécie de progresso de festim. Na verdade, a grande evolução de uma país, ao nosso ver, deveria ser analisada tendo como base os índices em relação à educação. Sem ela o atraso é fato, mesmo em meio à índices econômicos positivos. Ou será que estamos equivocados?

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