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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Editorial: do dia 21 dezembro de 2011


O progresso
 Nesse sistema econômico ao qual vivemos desde que nossos bisavós se entendiam por gente, uma expressão é uma verdadeira palavra de ordem: o progresso. Muitas vezes com o seguinte requinte: custe o que custar. Vamos por partes, caso resolvamos recorrer à definição clássica da palavra progresso, veremos que ela significa: Ato ou efeito de progredir; conjunto das mudanças ocorridas no curso do tempo; desenvolvimento ou alteração em senti­do favorável. Resumindo, qualquer evolução ou melhoria que se perceba, prontamente a classificamos como fruto do progresso. Vejamos, uma localidade tranqüila, marca­da pelo sossego e pelo estilo de vida bastante bucólico de seus moradores. Vale ressaltar que para termos acesso a esse lugar só mesmo através de estradas vicinais. O que seria o progresso para tal lugar? O asfalto? Para alguns sim, pois tal facilitará a vinda de turistas, que fustigarão a construção de pousadas, restaurantes e hotéis. Para ou­tros, o asfalto representará a perda do sossego local. Eis o problema. Caso não atenda de fato os anseios de todos, o que poderia ser encarado como progresso pode ser enten­dido como entrave para outros tantos.
Será então que a noção de progresso é algo que de­pende do ponto de vista? Talvez sim. Para um comercian­te o progresso deve ser manifesto no aumento das suas vendas. Para uma pessoa desempregada conseguir um emprego é reflexo do progresso. Um ecologista crê que é a luta pela preservação ambiental e assim sucessivamente. Vejamos o caso específico do ecologista em questão. Ima­ginemos que o local que ele queira preservar é justamente uma área onde empresários desejam construir um grande hotel. Eles (empresários), afirmam que trarão, através do empreendimento, emprego e dividendos para o lugar, ou seja, o progresso. Nesse caso, as noções de progresso en­tre empresários e ambientalistas é antagônica e conflitante. Quem está certo ou errado nessa querela? Eis a questão.
Para quem ainda não percebeu, podemos afirmar que a nossa região, mais precisamente Ilhéus, vive essa cri­se ante o conceito de progresso. Tudo devido a vinda do complexo intermodal. Nós, e isso já deixamos bem claro, somos favoráveis a tal. Mas, será mesmo que o progres­so deve vir a qualquer preço? Claro que não. Na nossa opinião ele é sempre bem vindo, ainda mais quando o contexto é o que vivenciamos por aqui. Mas, tudo deve ser pensado e esmiuçado ao extremo. É óbvio que, an­tes de abrirmos os braços e darmos todas as facilidades possíveis, devemos saber do que de fato se trata o em­preendimento, se, juntamente com as benesses anuncia­das, prejuízos virão de brinde. E caso venham, cabe a nós colocarmos em uma balança e mensuramos se de fato será vantajoso ou não. Cremos no bom senso, mas infelizmente, em nome do tal do progresso, muita gente passa por cima dele. Pensemos nisso.

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