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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Editorial: do dia 1º novembro de 2011


Muita calma
Havia um tempo onde a vontade e a opinião da população pouco importava. As coisas eram simplesmente impostas e empurradas “goela a baixo”, agradando ou não. Pouco importava se tal situação iria agradar ou não as pessoas, caso já estivesse decidido, só nos restava nos conformar e colher os amargos frutos de supostos reveses. Aliás, não fazia parte da cultura do nosso povo esse negócio de questionar. Até porque quem se aventurava, estava sujeito a sofrer na pele o dissabor da repressão ideológica. Mas as coisas mudaram bastante. Se por um lado, muito se questiona se de fato vivemos em um país democrático mesmo, por outro ângulo de análise, não nos restam dúvidas de que as pessoas estão livres para exporem seus pensamentos e pontos de vista. Se bem que em relação ao nosso amado estado, as coisas só começaram a mudar mesmo nesse sentido, desde que uma antiga dinastia foi devidamente destronada. Quem tiver dúvidas, basta consultar algum militante do movimento estudantil da época, e que por ventura tenha presenciado alguma manifestação ante o líder mor de tal gestão. Mas enfim, a audiência pública sobre o Porto Sul, ocorrida no último sábado, é prova de que, hoje em dia, a liberdade de manifestação, pelo menos, nos é assegurada sem maiores problemas e sem temermos sofrer represálias. 
O grande ponto positivo de toda essa polêmica envolvendo a implantação de tal empreendimento, é justamente o debate que ela vem suscitando. Isso nos evidencia que já se foi o tempo em que as pessoas simplesmente aceitavam o que lhes era imposto, sem questionamentos e sem querer saber se de fato, tal representaria algo de positivo ou negativo. Mesmo que sejamos favoráveis a vinda do complexo intermodal, cremos que seja de grande valia toda a ação das pessoas e dos grupos que se mostram contrários. Temos plena convicção de que é extremamente necessário de que todas as nuances e detalhes possíveis do projeto, sejam debatidos exaustivamente, para que aspectos prós e contras sejam confrontados e que um consenso seja encontrado. Afinal de contas, benefícios jamais devem ser suplantados por supostos malefícios. Pelo menos é o que nos insiste em nos evidenciar o sempre bem vindo bom senso.
O que está em jogo, assim cremos nós, não é o interesse de determinado grupo, nem a vontade política de terceiros, e sim o futuro de toda uma região, que já viveu o apogeu econômico e hoje em dia sofre com altos índices de criminalidade, desemprego, etc. O que está em jogo não é o desenvolvimento a qualquer custo, mas sim, algo que ofereça oportunidades à população mas não coloque em xeque a sua qualidade de vida. Por isso, toda sorte de embates sempre serão de bom grado. E uma coisa é certa, não podemos estagnar e nem dar um passo em falso, para atender caprichos de pessoas que nem por aqui vivem. Pensemos nisso.

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