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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Editorial


Discreto e grandioso

Nada melhor para uma cidade do que ela estar recheada de assuntos a serem debatidos e refletidos por sua população. Prova de que, pelo menos aparentemente as coisas estão acontecendo. Nada pior para uma localidade onde nada de novo se sucede, onde a normalidade flerta com a apatia dos seus cidadãos e os anos vão passando, sem que nenhuma mudança positiva se perceba.  Uma situação que lembra muito àquelas intrigantes cidades fantasmas. Ruas vazias, moradores entediados levando suas rotinas mediocremente, onde o movimento migratório é constante, onde as pessoas que por lá habitam buscam novos horizontes, pois não almejam viver em um lugar onde , literalmente, nada acontece. Já em outras localidades, não se percebe uma estagnação tão gritante. Mas um fenômeno peculiar se manifesta. Ou seja, as coisas não deixam de acontecer, mas infelizmente o que se sucede é sempre algo que flerta com a involução e com o avesso do progresso. Onde havia prosperidade não se vê mais, e o atraso e o retrocesso fincaram bandeira. Pois é, há quem diga que a nossa cidade, certo dia já se viu nessas condições. Talvez em uma situação nem tão parecida como a relatada, mas que passou perto, isso ninguém pode duvidar.
 Pois bem, mas os tempos agora são outros. Pelo menos é o que andam comentando nas ruas e rodas de conversa da nossa tão querida Ilhéus. Depois de longos anos penando com uma suposta crise, luzes no fim do túnel parecem que começaram a brilhar. Nada concreto até o momento, mas uma onda de otimismo tomou a cidade com o anúncio de que seria construído por aqui um novo porto, um aeroporto internacional e um trecho da chamada ferrovia da integração leste-oeste. Tal anúncio vem sendo encarado como a tábua de salvação da nossa cambaleante economia, cuja exploração do turismo ainda não se mostrou capaz de devolver o status dos áureos tempos do cacau. Mas as vezes temos a impressão que os defensores do progresso estão colocando os carros na frente dos bois, com toda essa balbúrdia em torno do complexo intermodal. Cremos piamente que não há progresso possível sem um quesito crucialíssimo: Educação. Por isso que não pestanejamos em afirmar que o maior empreendimento que agraciará essa região, segue longe dos holofotes, mas é o único que já podemos considerar como realidade.
Aos que não identificaram ainda que empreendimento é esse, trata-se do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), instituição de ensino profissionalizante, que funcionará nas proximidades da Vila Cachoeira, na rodovia Ilhéus-Itabuna, e que já está oferecendo 400 vagas. A importância do IFBA é enorme, e propiciará para a população da região, uma oportunidade ímpar de se qualificar, e, a partir daí, poder almejar ser absorvido como mão de obra pelos tais empreendimentos anunciados. Interessante é que o instituto segue silencioso, longe do foguetório que ornamentou o anúncio do complexo intermodal. Mas como afirmamos, é o único que é realidade. O difícil é entender essa lógica, onde o que ainda reside no campo das ideias é mais valorizado daquilo que já é real. Estranho isso. Mas enfim, a nossa região tem um grande motivo para comemorar.

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